ANDRÓIDE


Ando nas madrugadas pelos corredores da insônia,
Pelos corredores dos medos dos mistérios,
Pelos quatro cantos do quarto escuro vazio,
Pelos quatro cantos da cama gelada.
Ando nas madrugadas pelos corredores da insônia,
Segurando os pensamentos com as mãos espalmadas,
Pelos flancos da cabeça que gira,
Pelos cabelos encharcados de suor.
Ando nas madrugadas da insanidade,
Com a impressão da perda tatuada n’alma,
Com as valas da destruição sob os pés descalços,
Com as sombras dos mortos no caminho.
Desço em silêncio as escadas do amor,
Olho de um lado para o outro,
Procuro o caminho de volta e não vejo luz,
Procuro, então, uma janela para a rua.
Acho um bicho! Acho um escorpião!
Desço mais um lance da escada.

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